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O estudo social

A Evolução do Pensamento Social na

Pré-História, na Idade Antiga e na Idade Média

Entende-se por pré-história o período que compreende o conhecimento antes da escrita. Os homens de tal época se utilizavam de pinturas rupestres para transmitir conhecimentos entre si. A difusão de histórias mitológicas buscavam responder a três perguntas básicas que a esse homem interessavam: Quem sou eu; da onde vim; para onde vou?

 

Imagine que para responder tais perguntas, o homem havia tido de criar uma consciência de coletividade, percebendo no outro semelhanças e diferenças que os tornavam iguais entre si. Não importa se eram de tribos ou grupos diferentes, se eram rivais, o reconhecimento de uma natureza humana comum que colocou na cabeça do homem tais perguntas.

 

Dito isso, avancemos alguns anos para as civilizações ocidentais na idade antiga, ou período clássico se preferir. Grécia. O questionamento sobre a origem do eu permanecia inalterável e ainda sem resposta. Afinal, quem sou eu? O que vim fazer aqui? O homem explicava que o trabalho e a mulher tiveram uma mesma derivação. Ambos haviam sido criados pelos deuses do olimpo para castigar a insolência do homem por sua vaidade. A história explica que a partir da argila, os deuses criaram o homem, que vivia animalizado em meio aos outros animais. O titã prometeu em um ato de compaixão concede ao homem sua humanidade ao legar a ele o conhecimento do fogo. O homem, agora consciente de si desafia a soberania dos deuses. Os deuses como castigo criam a mulher da beleza e sensualidade da deusa Eros, da fertilidade de Afrodite e da curiosidade e da traição das eríneas. Junto com a primeira mulher (Pandora) é entregue uma caixa contendo virtudes. Ao ser aberta, apenas a esperança sobra no mundo sensível para diminuir os sofrimentos da vida do homem.

 

Com relação ao mito de Pandora e a história da criação de Adão e Eva, podemos traçar algumas pequenas comparações: em ambas histórias, o homem foi criado a partir de uma substância fundamental (a argila, o barro), em ambas o homem é punido por adquirir o conhecimento (fogo, fruto), em ambas a mulher é curiosa, representando para cada uma das histórias uma característica diferente de sua personalidade (mulher como castigo, mulher como companheira) e em ambas o trabalho é um castigo dos céus que gera sofrimento (trabalhar a terra com o suor do rosto, o trabalho de parto). Portanto, foi no reconhecimento de sua humanidade que o homem se da conta do poder que dispõe para alterar o mundo à sua volta.

 

O conhecimento do mundo se da por intermédio da ação de um sujeito que observa e um objeto que é observado. Assim, o homem se apropria deste objeto a partir de um conhecimento construído sobre ele ao longo do tempo. Esse conhecimento é gerado através dos meios de conhecimento sensíveis do homem (tato, olfato, paladar, visão, audição) e também através de abstrações (como por exemplo a lógica [1,2,3,4,5,6,?], o significado que determinada palavra carrega [chão molhado], e a ausência de um objeto [um quarto sem uma cama, um ventilador sem suas pás]). Esses conhecimentos acumulados por sua vez geram condicionamentos no fazer humano, no agir do homem. Esses condicionamentos servem para ajuda-lo a lidar com o mundo externo.

 

Entendamos que os mitos servem para sustentar a imaginação do homem. Ora, se por de trás de um herói exista um mito que o sustente, tire o mito e você consequentemente terá matado o herói. A própria natureza do mito é pré-reflexiva, ou seja, não gera um questionamento interno. Aprende-se que é assim por que sempre foi e não cabe a nós querer mudar isso.

 

Existe mito nos dias de hoje? Sim, evidentemente. Por de trás de toda personalidade construída pelos veículos de comunicação, há um mito, um suporte invisível. Imagine grandes personalidades como Senor Abravanel (Silvio Santos), Maria da Graça Meneghel (Xuxa), Edson Arantes do Nascimento (Pelé), Acelino Freitas (Popó) e assim vai. Por de trás de todas essas personalidades há mitos que os sustentem. Chamamos esse tipo de mito de mito personificado. Mas e o mito da felicidade? E o mito da realização pessoal? O mito da saúde, o mito do sucesso, o mito da fama? A esses mitos, como você já deve ter imaginado, damos o nome de mitos não personificados.

 

Agora entendamos o aparecimento da filosofia. Com o eventual surgimento da escrita o homem passa a organizar a si e sua sociedade de formas mais complexas. Surgem as cidades, as classes sociais, os Estados (poderes patriarcais, democracias, oligarquias...) e com eles as leis, as relações de poder, o comércio e a moeda e por consequência o relacionamento entre povos, a racionalidade.

 

A filosofia remonta nomes como Talles de Mileto, filósofo da magna Grécia, atual região da Turquia com sua teoria do Princípio Fundamental da Matéria (arché), dizendo que por de trás de toda complexidade aparente existia uma simplicidade, uma unidade constitutiva fundamental. Pitágoras na Itália será o primeiro a afirmar que o homem é constituído de corpo e alma, duas propriedades diferentes unidas em um mesmo objeto. Seu axioma (Eu não sou sábio, eu sou amigo da filosofia) segue o pensamento filosófico até Sócrates (só sei que nada sei).

 

As barreiras que impediram que a filosofia se tornasse conhecimento na idade clássica foi a ausência do uso da técnica por parte dos pensadores. A presença de escravos nas sociedades gregas (e posteriormente também nas romanas) tornava desnecessário a necessidade por conhecimento prático por parte dos filósofos. A esses, cabia somente o trabalho de pensar e debater.

 

Ao chegarmos na idade média com a queda do império romano e a invasão dos povos bárbaros, aparece o sistema feudal, caracterizado pelas relações de suserania e vassalagem (ou proteção e servidão se preferir).

 

Com a Europa recortada por feudos, uma fragmentação política toma forma. Cabe à igreja tomar o monopólio do conhecimento (o que culminará nas cruzadas, no tribunal do santo ofício e posteriormente nas reformas protestantes e a santa inquisição) e, através do pensamento aristotélico (a virtude da instituição) pregará que o corpo é corruptível, portanto cabe ao homem a busca pela salvação da alma na terra.

 

Obs: o voto de celibato dos padres só surgirão por volta de 1400 por razões econômicas (divisão de terras) e espirituais (negação dos desejos da carne).

 

Obs 2: O surgimento do Geocentrismo de Ptolomeu foi muito conveniente para o pensamento dogmático da igreja que pregava a personificação de Deus na terra como justificativa para que a terra fosse entendida como centro do universo, ou o centro das atenções de Deus. Somente no século XII será refutado por Copérnico influenciado pelos estudos sistemáticos do movimento de Galileu.

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